Clave de sol (literalmente)

Clave de sol (literalmente)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sinceramente, sei que vc mente
mas é tão sincera sua mentira
que eu finjo acreditar
e fingindo sei que minto também
e a mentira por fim, toma conta do nosso lugar
perdemos então a noçao
do que é certo ou errado tentar
e seguimos mesmo assim,
tentando fazer ser verdade
nos enganando querendo acertar
e de engano e engano
acabamos sempre no mesmo lugar
sem saída
sem saber se é verdade a mentira
ou mentira a verdade
sem saber se começa agora
ou se acaba sem começar....
 

sexta-feira, 27 de julho de 2012

De tudo um pouco

deixo um pouco de tudo
um pouco da dor de lado
um pouco do medo escondido
um pouco da voz calada
deixo um grito um pouco rouco
só assim posso voar além e através das pessoas
e quem vê não entende
e quem entende não vê
que sou um pouco de tudo
ou o resumo do nada.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Tá faltando pimenta no meu tempêro
tá faltando sal no feijão
tá faltando estrada pro meu chão, luar pro meu sertão
tá faltando estrela
faltando o olhar de brilhar 
tá faltando a mão pra segurar
tá faltando céu...
tá faltando chuva na minha horta
faltando bilhete na porta
tá faltando lágrima de molhar colchão e o calor de secar 
tá faltando doçura na língua
tá faltando água na boca, salivar 
tá faltando palavras no vocabulário
tá faltando esvaziar o armário 
faltando letra pra canção
tá faltando a tal emoção
tá faltando grana na conta
grama no jardim
tá faltando flores no vaso
tá faltando o Acaso
tá faltando o ritmo 
o compasso
Está sobrando coração.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ma que xóte

Ensaiei o dia todo
pensei palavra por palavra
a entonação de cada uma
gesto por gesto
elaborei
tentei do início e daí fui seguindo
Mas Deus meu, seguindo que roteiro?
não tem
não existe
E por fim
quando ele chegou
me atrapalhei toda
"não era nada daquilo que pensei",
então conclui humildimente
Dancei, fudeu!
mas qual nada
sou rainha do improviso e é só lá que eu cresço
se planejo
armo uma estratégia
ensaio muito
acabo que esqueço todo o contexto
e me atrapalho , me atropelo, deixo um pouco de ser quem eu sou
a atriz, talvez
mas no improviso
no calor de cada momento é que sinto
que sou quem eu sou
se ainda assim não me quis ou me quer mais
tudo bem, meu bem
eu me aceito mesmo assim
e não duvido nem um pouco de mim
mas se tua rejeição me afeta ou afetar
eu vou chorar sim
mas vai ser lá na cama
que é lugar quente
e que sempre me acolhe
e jamais nem nunca
vou usar isso a favor de mim
eu quero mais é acertar no teu peito
e quero que a saudade que porventura sentir de mim, te aperte até sufocar...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Você me disse, mas nem escutei direito
tava com pressa
queria só te falar
até tentei
mas duvido que tenhas entendido
as palavras sem nexo
ditas em vão
desperdicei-as
por quê no fundo era só sensação...
era sexo
vontade
desejo
tesão
e essas coisas não se traduzem não
só a palavra não diz
o corpo grita calado
arrepia
contido 
mas  fervendo
querendo explodir
que nem vulcão.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Eu queria só...

Eu queria ouvir uma poesia, mas uma daquelas... sussuradas... perto do ouvido. Pode ser curtinha, mas que seja plena de sentimentos, sentimentos daqueles, bem verdadeiros que quase não existem mais. Aquela poesia feita na hora, pura, livre de glória, inspirada no agora. Sob medida, sem se medir... sem pedir.... Sem muita demora, que dura pra sempre, que fala ao coração com escala na alma.
Acordei depois de muito sonhar. Refleti depois de muito pensar. Senti depois de muito ponderar. Conclui que sou mesmo louca por ti, mas quando ia te dizer, depois de quase enlouquecer de tanto esperar você me chamar....você disse espera .... eu queria só te ouvir e quando por fim me falou, nada de novo me revelou. Acho que viajei, mas quis mesmo assim te dizer e quando comecei a falar, você desligou. Fiquei sem saber se o que o sinto você sente também. As vezes me sinto sozinha mas me sinto bem mesmo assim, minha alma e corpo estão  juntos, esperando só você dizer sim. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Óh acabei de inventar, ou não: A Vida é arte, ou a Arte é a vida, tanto faz. O que importa é que uma sem a outra não tem graça.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

sábado, 24 de março de 2012

Queria só um pouco de paz, mas às vezes esqueço que paz não é presente. Paz é conquista. Ainda chego lá, afinal eu estou buscando. "Quem acredita sempre alcança" não é assim?
O tempo é mesmo cruel e impiedoso. Passa rápido demais, sem perdão. Mas se a gente entender o tempo direito vai ver que ele é generoso. Ele preserva o que tem valor, mantém junto mesmo aqueles que a distância separou, o tempo nos fortalece.

Mais uma vez, Maria

Toda história para crianças, ou conto de fadas, ou quase todas as histórias começam assim: Era uma vez... Mas vou contar pra vocês uma história que começa assim, diferente:

 Era mais uma vez a mesma história de sempre, a menininha de bochechas rosadinhas, sentia que em nada se parecia com as meninas vizinhas de quarto, com nenhuma outra menina que ali havia ela se parecia, mas não de aparência, apesar de ser única nisso também. Ela não se parecia com as outras, mas era de um outro jeito. Nossa menina se chamava Maria, nome dado pelas Irmãs do orfanato, que a encontraram numa manhã gelada de inverno, dentro de uma cestinha na porta de entrada. Era bem pequenina e tinha as bochechas bem coradinhas, dentro do cesto onde estava, só havia uma manta rosinha e um travesseirinho, mais nada. Pois bem, ali ela foi acolhida e ali ficou, e cresceu. Mas continuou pequenina pras meninas de sua idade, usava sempre trançinhas, duas delas, uma de cada lado da cabeça e não admitia que lhe mudassem o penteado. Uma vez se escondeu por dois dias, até ser encontrada, só porque não queria cortar os cabelos. Apesar de rebelde era tão doce e sensível que ninguém conseguia ficar bravo com ela por muito tempo. Fazia arte o tempo todo, mas era do bem, engraçada, apenas mudava a rotina do lugar, nunca por maldade ela agia, ao contrário, tinha um senso de justiça aguçado demais. Sabia sem saber como sabia, que se fosse malvada, falsa consigo mesma ou com os outros...   de um jeito ou de outro teria que prestar contas disso um dia. Então ser boa e honesta para ela era coisa muito natural.  Ela não tinha ninguém, não se sabia nada de sua família, nossa Maria era sozinha e não sabia nem de onde vinha. Foi deixada apenas, sem bilhete, só com a mantinha rosinha na porta do Orfanato de Maria, esse era o nome do lugar.  Durante todos os anos que se seguiram e conforme crescia Maria, as Irmãs lhe diziam: Um dia uma boa família te levará daqui e feliz pra toda vida você será, era o que sempre ouvia Maria naquelas tardes de sábado quando tinha visita no Orfanato. Nisso talvez, ela até se sentisse, mas só de vez em quando, igual às outras.  Também queria ter uma família que a amasse, não que lhe faltasse amor, porque grata demais sempre fôra a nossa Maria, sempre agradecia em oração, não sabia direito pra quem, porque ela achava que Deus era diferente do que ensinavam nas aulas de religião do colégio, para Maria Deus era um cara muito amoroso e compreensível que conseguia ver a gente por dentro, tinha certeza de era ouvida, e ponto.  Mas, que pena, ninguém a escolhia naqueles sábados.  Será porquê se sentia diferente e todo mundo percebia, sem precisar dizer? Queria ser normal, acreditar em tudo que diziam pra ela, mas sempre via além, não conseguia se conter, e desde o dia em que resolveu pensar em tudo, nada mais ficou fácil de descer pela goela abaixo de Maria. Para ela tudo tinha um porquê, o duro é que nem sempre respondiam as suas perguntas e ela ficava sem saber, mas nem por isso desistia e perguntava tudo que podia e duvidava quase sempre. Tinha ela um dom, não se sabia direito qual. Deixava confusa a professora, desorientada a orientadora, pessimista o psicanalista e de cabelos ouriçados a Madre Superior!  E enquanto todas as meninas esperavam ser aceitas, vestindo o melhor vestidindo, nossa Maria só fazia um desenho diferente a cada sábado, era uma artista Maria, fato, disso ninguém duvidava, e talvez como todo artista fosse talvez um pouco incompreendida. Gostava das imagens e abusava sempre das palavras, rimava feito louca, essa era a sua defesa por se sentir tão pequena e sozinha, mas isso era segredo dela. Pois como Maria não havia, era corajosa demais, grande demais pro seu tamanho reduzido, possuía o artifício de ficar maior quando queria, impostava a voz de uma maneira, que longe a ouviam, mas sem gritar. Ela jurava que só quem pudesse entender seus desenhos e responder suas perguntas, seria capaz de aturá-la uma vida inteira. E todo sábado era a mesma coisa, mãe pra ela não tinha. E Maria ia ficando, cada vez mais moça, cada vez mais pro canto, cada vez mais sozinha, começou a fazer poesias... Quase todas as outras iam embora um dia. Meninas especiais, precisam de mães especiais disso sabia Maria, então de esperança no coração ela se enchia todos os domingos. Não desanimava nem vitima se sentia só sonhava a doce Maria, isso ela sempre fazia, nunca deixou de sonhar! Há de haver nesse mundo uma alma que acolha a minha. O tempo passou e Maria cresceu, era ela mais mãe compreensiva e amiga das outras meninas que chegavam e iam, do que uma órfã. Então refletindo, pensando como sempre fazia, Maria percebeu que talvez seu papel fosse esse e aceitou de bom grado o que seu dom lhe permitia ser, simplesmente. E assim foi por muito tempo... Incompreendida, amada e também invejada nossa menina de trançinhas, a Maria. Até que num belo dia que não foi sábado, apareceu no Orfanato uma Trupe de Artistas de Circo para fazer um espetáculo para as meninas dali. A Madre não gostou muito da idéia, mas com custo foi convencida de que seria bom. Maria no auge de seus dezesseis anos, animou-se tanto com aquilo, os olhinhos brilhando.... Ajudou à todos em tudo o que podia, como sempre fazia se desdobrou... e na hora do show até chorou de emoção! Nunca na vida, depois de tantos anos, havia ela experimentado tamanha felicidade,  nem quando defendia as outras de castigos injustos, apanhando no lugar das mais fracas, brigando por ideias que ninguém nunca acreditou, nem assim sendo tão necessária e por conseqüência feliz, nunca em momento algum, ela se sentiu assim tão acompanhada, completa e feliz, como naquele mágico momento. Era como se estivesse enfim inteira, mesmo sem saber de onde vinha, como se de nada mais precisasse além de existir e poder ver, sentir, experimentar. Olhava quase sem acreditar para os artistas se espalhando pelo palco, falando sem errar suas falas, gesticulando, fazendo sorrir e chorar ao mesmo tempo, toda uma platéia envolvida...  Naquele dia ela encontrou sua mãe, sua mãe era a Arte! Então a partir desse dia, as notícias que se tem de Maria são histórias, cada dia num canto, cada hora um encanto, muitas luas, alguns prantos, saudades e alegrias das bastantes, amor sempre, a todo instante, amor em cada palavra, dita ou escrita, amor sempre. O fato é que ela vai bem com sua Trupe, muito bem, obrigada. Viajando mundo afora, levando a alegria pra quem não tem quase nada, levando a esperança onde só se via a injustiça. Porque pra Maria não importa saber de onde viemos, o importante é saber quem nós somos e para quê viemos.  Maria é só a menina que se achou, descobriu a VIDA além da aspereza, viu beleza na dor, chorou na noite escura, mas viu o sol nascer várias vezes.... virou mulher, sem nenhuma amargura. Ela não é mais sozinha, Maria agora tem uma grande família.

Giza Calu


quarta-feira, 14 de março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Nem que não seja pra sempre

Neste momento me contento em deitar no teu peito somente, sem maiores esclarecimentos, pois não cabem neste nosso contexto, talvez não seja devido. Quero então esquecer todo o resto e qualquer receio. Tudo é tão novo e recente e no entanto tão velho ao mesmo tempo, conhecido sentimento que estava esquecido lá no fundo de tudo que já foi vivido, ou talvez interrompido pelo medo, não sei. A mim basta agora, querer e mais nada, não há o tal profundamente, existe apenas o incoerente desejo, o desejo de viver simplesmente e  ao seu lado, intensamente, mesmo que não seja assim pra sempre.

O plano

Hoje eu procurei num estranho, o que só encontrava em você. Hoje eu chorei, foi estranho, o meu plano era te esquecer de vez... Percebi que não seria assim. Então fui lá pra bem longe e vi no céu estrelas dançando, mudando de lugar volta e meia e caindo. Vi tudo acontecer tão depressa...Mas no fundo tudo o que consegui e no entanto, foi entender que  a saudade já era deste tamanho! A vontade de te rever era grande, mesmo assim eu saí mundo afora, não fazia sentido meu querer, já era passado... Então abri os olhos e vi tudo o que nem imaginava existir, vi tudo o que se podia ver, e jurei que dor nenhuma mais me faria refém, e foi nessa hora que mandei ir embora a dor da sua ausência, com todas as forças que tinha eu jurei que jamais sofreria tua falta outra vez... E eu quis mesmo  te esquecer, me esforcei, por muitas vezes acreditei ter vencido, vi os balões coloridos no céu desaparecer, vi o impossível acontecer, deixei a paixão renascer nos olhos de outro alguém, me deixei vencer, me dei por vencida pra conseguir vencer de vez a insensatez de querer o que há muito já não era mais meu. Senti o frio me congelar e deixei o sol me derreter, vi tanta gente passando, se abraçando, vi tanta gente a sorrir e se beijar, vi o bem se manifestar de tantas formas, que me distraí sem ver  o tempo passar.. Quando dei por mim, eu era ali e sozinha, só vendo o tempo passar, olhando pro tempo como se não houvesse mais tempo pra mim, uma vez mais, vendo o tempo, esse  mesmo tempo que trouxe e levou você de mim...  Engraçado, eu não procuro mais em estranhos, o que eu sinto é grande, é deste tamanho, e não importa se não é mais, eu não sou mais a mesma, nem você é , tudo mudou, ainda bem. Tudo que começa quem sabe um dia tem fim.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"Nenhum homem é uma ilha, um ser inteiro, em si mesmo; todo o homem é uma partiícula do continente, uma parte da terra. Se um pequeno torrão carregado pelo mar deixa menor a Europa, como se todo um promontório fosse, ou a herdade de um amigo seu ou até mesmo a sua própria, também a morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à humanidade. Portanto nunca procures saber por que os sinos dobram. Eles dobram por ti." John Donne (1572-1631)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Hora dessas tudo muda de repente. A coragem chega, a hora é a certa, e a gente finalmente acerta

Confesso

Eu confesso

Sou maluca
Não ligue para minha loucura
Continue andando pela rua
Eu confesso
Irei voando mesmo
Tudo bem
Eu assumo
Ainda não tenho rumo
Mas já saí de cima do muro
Continue aí
Me espiando
Eu confesso já vi muito adiante
Sou maluca
Não ligue
Continue na sua procura
Que eu me acho a cada instante

Cidade Concreta

Quanto mais fujo
Mais me aprofundo nela
Dor insana
Na esquina fria e nua na qual flutuas
Na carne crua e dura por onde passeias
Na minha veia
Barulhenta e atroz corre veloz
Nem olha para nós
Pobres mortais
Por cima de nossas cabeças
Arranha os céus e matando sonhos
Quão sombria és
Cidade concreta e fobia
No rosto em que eu me via
Brilhava a tua luz
No meio do dia.

Candeia

Brilhando no  escuro
Da minha confusão
Via a luz de vela
Do teu olhar
A me fitar
Trazia pra mim
Aquela luz
Além da compreensão
Tanta paz
Que quis chorar
Lavar com o sal de minhas lágrimas
Minha solidão.

Cálice

Quero beber do cálice
Solver da última gota
Já que o fim é sempre o começo
De algo desconhecido
O que há de mais
Senão sentir
O sabor que ainda não provamos
Mesmo sendo o gosto amargo
E recompensa dos nossos excessos

Deixe-me esquecer
Alivia-me a dor de não poder
Perdoa a mão que empunha o punhal
Deixe-me cravá-lo
E beber do sangue quente
O suplício da paixão
Arrancando do peito
Algo que não me pertence
E quer me consumir.

Breve amor

A gente nasce e morre, vive a vida inteira a duras penas para aprender que tudo é passageiro. Mal termina o verão já vem o inverno, uma estação sempre começa na outra. Mal começa o amor e já vem logo a dor, quando você pensa que acabou é quando tudo começou.
Vai entender essa vida, onde tudo pouco durou, onde às vezes queremos tudo exatamente como está e daqui a pouco queremos é ver tudo mudar. Pensamos às vezes que nada nos falta e volta e meia achamos que nada mais vale à pena. O amor pode ser breve, breve também a dor. Pouco tempo pode  durar uma flor, mas sua beleza há de compensar a fragilidade de sua vida. Sou inconstante, hoje infeliz, amanhã quem sabe?! O tempo já passou e no entanto eu fico pensando que foi ontem, espero o amanhã como se fosse chegar mais cedo, esperando nele ter de volta algo importante que perdi, pois ainda hoje não entendi como pode se acabar num instante o amor, assim como se morre uma flor.....

Braços de nuvem

Quando te encontrei
Já era tarde
Desfeito o dia
No meio da aurora
Perdida em minha vida
Que ardia e me arde ainda
Nos caminhos traçados em mim
Talvez fosse quase crepúsculo
Mas seu desejo me fez amanhecer
Não quero mais da realidade o que há de ruim
A nos acorrentar e ferir o sonho
Quero só acordar na eternidade dos seus carinhos
Depois descansar nos seus braços de nuvem macia.

Salto cobalto

AZUL COBALTO
UM SALTO
UM GRITO
UM TIRO NO ESCURO
UM CORPO
CAÍDO
ESTENDIDO
NA SOLIDÃO

SOMBRIA DE AVENIDA QUALQUER


Azul


Quando mergulho em seus olhos
Vejo a cor azul
Azul de céu
De mar
Azul de planeta terra
De infinito
Azul de liberdade
Somos liberdade
Vejo no azul de seus olhos
A minha própria luz refletida
Posso passar a eternidade
Mergulhado em seu olhar
Me dissolvo assim
Na magia
Que inspiram
Me dá vontade de voar
Pra dentro do seu olhar.
Eu procuro em estranhos o que encontrei só em você. Isso é estranho, o plano era esquecer, não eternizar você.




É como uma onda que me leva pro fundo, eu luto contra mas é ela quem me traz a tona quando quer. Vez em quando consigo respirar um pouco, mas é desse jeito essa dor e eu não sei mais o que faço com ela! 20/04/10
Neste momento me contento em encostar no seu peito, somente, sem receios nem medos, nem maiores esclarecimentos... tudo é tão recente e tão novo e ao mesmo tempo tão conhecido sentimento. Me bastam apenas e agora, seu calor e seu jeito.

Me entreguei

Hoje me entreguei à saudade que sinto de você.
Hoje não desviei meu pensamento, não meditei, nem rezei, tampouco chorei... não disfarcei, não me distrai, não ocultei nem joguei num canto meu sentimento, não fingi que te esqueci.
Hoje me entreguei à saudade que sinto de ti.
Reli as cartas que te escrevi e nunca entreguei, fiz uma fogueira e as queimei. Por alguns instantes até pensei em entregá-las, mas o fogo foi mesmo o melhor lugar para deixá-las. Por que no fundo eram só palavras, palavras que jamais seriam por mais que puras, a tradução da minha desventura, que nunca seriam por mais que duras, a tradução da dor de amar sem ter amor
Palavras que também não mostrariam por mais que doces, a verdadeira poesia nelas escondida.
Aquelas folhas que queimei ali, agora são só as cinzas do fim de um dia cheio de sol que hoje em mim é só a chuva rompendo a aurora de mais um dia que nasce e finda dentro de mim.

A voz do coração

Ando ouvindo mais meu coração, e intuitivo como é, sempre sabe o que é melhor e no fundo tem sempre razão. Ele me disse: Fique quieta no seu canto, se nada mais te dá acalanto. Não grite sua alegria se ela chegar, nem conte pra ninguém de sua dor se ela insiste em ficar... Aproveite-se do silêncio e descubra-se melhor.  Cresça e floresça. Não é preciso que tudo apareça.

Chama

Mas sou feita de chama, minha matéria é fluído que queima, o brilho da lua me reclama, mas é o sol quem me comanda. Você é a brasa que me faz arder.

Ando morna

Ando morna sem vontade de arder... Ando coberta pela noite escura... de longe ainda vejo a lua, seu brilho reflete meus olhos, mas cegos estão... não querem mais ver. Eu sofro tanto de tanto querer, tudo que eu quero é distante e parece pequeno porque longe vive, mas de perto é tão grande que minha alma não comporta... Não suporta e sofre, pois é verbo de quem ama, sofrer...

Alquimia


Misturo as letras
Te dou poemas
Pinto as flores
Te dou a paisagem
Escrevo sonhos
Te dou a canção
Bebo o ar
Te dou o vento
Recrio a luz
Te dou as cores
Ouço a música
Te dou a voz
Dispo meu corpo
Te dou minha’alma
Rompo as fronteiras
Te dou meu País
Acendo a chama
Te dou meu calor
Te misturo ao que sou
Esta feito o amor.

A Sereia e o Mar

Ando aflita pra te encontrar, ando com medo de te perder... já não sei mais o que fazer, sinto a tristeza se aproximar... Ando insegura para te dizer, já não sei mais o que pensar, sinto a vida se debandar... São como a sereia sem o mar os meus olhos sem te olhar.