Clave de sol (literalmente)

Clave de sol (literalmente)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Hora dessas tudo muda de repente. A coragem chega, a hora é a certa, e a gente finalmente acerta

Confesso

Eu confesso

Sou maluca
Não ligue para minha loucura
Continue andando pela rua
Eu confesso
Irei voando mesmo
Tudo bem
Eu assumo
Ainda não tenho rumo
Mas já saí de cima do muro
Continue aí
Me espiando
Eu confesso já vi muito adiante
Sou maluca
Não ligue
Continue na sua procura
Que eu me acho a cada instante

Cidade Concreta

Quanto mais fujo
Mais me aprofundo nela
Dor insana
Na esquina fria e nua na qual flutuas
Na carne crua e dura por onde passeias
Na minha veia
Barulhenta e atroz corre veloz
Nem olha para nós
Pobres mortais
Por cima de nossas cabeças
Arranha os céus e matando sonhos
Quão sombria és
Cidade concreta e fobia
No rosto em que eu me via
Brilhava a tua luz
No meio do dia.

Candeia

Brilhando no  escuro
Da minha confusão
Via a luz de vela
Do teu olhar
A me fitar
Trazia pra mim
Aquela luz
Além da compreensão
Tanta paz
Que quis chorar
Lavar com o sal de minhas lágrimas
Minha solidão.

Cálice

Quero beber do cálice
Solver da última gota
Já que o fim é sempre o começo
De algo desconhecido
O que há de mais
Senão sentir
O sabor que ainda não provamos
Mesmo sendo o gosto amargo
E recompensa dos nossos excessos

Deixe-me esquecer
Alivia-me a dor de não poder
Perdoa a mão que empunha o punhal
Deixe-me cravá-lo
E beber do sangue quente
O suplício da paixão
Arrancando do peito
Algo que não me pertence
E quer me consumir.

Breve amor

A gente nasce e morre, vive a vida inteira a duras penas para aprender que tudo é passageiro. Mal termina o verão já vem o inverno, uma estação sempre começa na outra. Mal começa o amor e já vem logo a dor, quando você pensa que acabou é quando tudo começou.
Vai entender essa vida, onde tudo pouco durou, onde às vezes queremos tudo exatamente como está e daqui a pouco queremos é ver tudo mudar. Pensamos às vezes que nada nos falta e volta e meia achamos que nada mais vale à pena. O amor pode ser breve, breve também a dor. Pouco tempo pode  durar uma flor, mas sua beleza há de compensar a fragilidade de sua vida. Sou inconstante, hoje infeliz, amanhã quem sabe?! O tempo já passou e no entanto eu fico pensando que foi ontem, espero o amanhã como se fosse chegar mais cedo, esperando nele ter de volta algo importante que perdi, pois ainda hoje não entendi como pode se acabar num instante o amor, assim como se morre uma flor.....

Braços de nuvem

Quando te encontrei
Já era tarde
Desfeito o dia
No meio da aurora
Perdida em minha vida
Que ardia e me arde ainda
Nos caminhos traçados em mim
Talvez fosse quase crepúsculo
Mas seu desejo me fez amanhecer
Não quero mais da realidade o que há de ruim
A nos acorrentar e ferir o sonho
Quero só acordar na eternidade dos seus carinhos
Depois descansar nos seus braços de nuvem macia.

Salto cobalto

AZUL COBALTO
UM SALTO
UM GRITO
UM TIRO NO ESCURO
UM CORPO
CAÍDO
ESTENDIDO
NA SOLIDÃO

SOMBRIA DE AVENIDA QUALQUER


Azul


Quando mergulho em seus olhos
Vejo a cor azul
Azul de céu
De mar
Azul de planeta terra
De infinito
Azul de liberdade
Somos liberdade
Vejo no azul de seus olhos
A minha própria luz refletida
Posso passar a eternidade
Mergulhado em seu olhar
Me dissolvo assim
Na magia
Que inspiram
Me dá vontade de voar
Pra dentro do seu olhar.
Eu procuro em estranhos o que encontrei só em você. Isso é estranho, o plano era esquecer, não eternizar você.




É como uma onda que me leva pro fundo, eu luto contra mas é ela quem me traz a tona quando quer. Vez em quando consigo respirar um pouco, mas é desse jeito essa dor e eu não sei mais o que faço com ela! 20/04/10
Neste momento me contento em encostar no seu peito, somente, sem receios nem medos, nem maiores esclarecimentos... tudo é tão recente e tão novo e ao mesmo tempo tão conhecido sentimento. Me bastam apenas e agora, seu calor e seu jeito.

Me entreguei

Hoje me entreguei à saudade que sinto de você.
Hoje não desviei meu pensamento, não meditei, nem rezei, tampouco chorei... não disfarcei, não me distrai, não ocultei nem joguei num canto meu sentimento, não fingi que te esqueci.
Hoje me entreguei à saudade que sinto de ti.
Reli as cartas que te escrevi e nunca entreguei, fiz uma fogueira e as queimei. Por alguns instantes até pensei em entregá-las, mas o fogo foi mesmo o melhor lugar para deixá-las. Por que no fundo eram só palavras, palavras que jamais seriam por mais que puras, a tradução da minha desventura, que nunca seriam por mais que duras, a tradução da dor de amar sem ter amor
Palavras que também não mostrariam por mais que doces, a verdadeira poesia nelas escondida.
Aquelas folhas que queimei ali, agora são só as cinzas do fim de um dia cheio de sol que hoje em mim é só a chuva rompendo a aurora de mais um dia que nasce e finda dentro de mim.

A voz do coração

Ando ouvindo mais meu coração, e intuitivo como é, sempre sabe o que é melhor e no fundo tem sempre razão. Ele me disse: Fique quieta no seu canto, se nada mais te dá acalanto. Não grite sua alegria se ela chegar, nem conte pra ninguém de sua dor se ela insiste em ficar... Aproveite-se do silêncio e descubra-se melhor.  Cresça e floresça. Não é preciso que tudo apareça.

Chama

Mas sou feita de chama, minha matéria é fluído que queima, o brilho da lua me reclama, mas é o sol quem me comanda. Você é a brasa que me faz arder.

Ando morna

Ando morna sem vontade de arder... Ando coberta pela noite escura... de longe ainda vejo a lua, seu brilho reflete meus olhos, mas cegos estão... não querem mais ver. Eu sofro tanto de tanto querer, tudo que eu quero é distante e parece pequeno porque longe vive, mas de perto é tão grande que minha alma não comporta... Não suporta e sofre, pois é verbo de quem ama, sofrer...

Alquimia


Misturo as letras
Te dou poemas
Pinto as flores
Te dou a paisagem
Escrevo sonhos
Te dou a canção
Bebo o ar
Te dou o vento
Recrio a luz
Te dou as cores
Ouço a música
Te dou a voz
Dispo meu corpo
Te dou minha’alma
Rompo as fronteiras
Te dou meu País
Acendo a chama
Te dou meu calor
Te misturo ao que sou
Esta feito o amor.

A Sereia e o Mar

Ando aflita pra te encontrar, ando com medo de te perder... já não sei mais o que fazer, sinto a tristeza se aproximar... Ando insegura para te dizer, já não sei mais o que pensar, sinto a vida se debandar... São como a sereia sem o mar os meus olhos sem te olhar.